Sermão Expositivo: Um Hino à Grandeza e Bondade de Deus
Sermão Expositivo: Um Hino à Grandeza e Bondade de Deus
Título: Por Que o Nosso Deus é Digno de Todo Louvor
Texto Base:Salmo 145 (inteiro)
Autor Atribuído:Davi
Gênero:Salmo de Louvor Alfabético Acróstico
Tese Central: O Salmo 145 nos convoca a um louvor perpétuo e universal a Deus, fundamentado não em emoções passageiras, mas no firme alicerce de Seu caráter imutável, manifestado em Sua grandeza majestosa e Sua bondade compassiva.
Introdução:
Imagine um coro que começou há milênios e que continua ecoando através dos séculos. Um coro iniciado pelo rei Davi, entoado por Jesus e pelos apóstolos, e que chega até nós hoje. Esse é o Salmo 145. É o último salmo atribuído a Davi e funciona como um portal de entrada para os últimos cinco salmos, todos iniciando e terminando com "Aleluia!" ("Louvem ao SENHOR"). Este salmo é único: é o único salmo intitulado "Cântico de Louvor", e no original hebraico, é um acróstico perfeito—cada versículo começa com uma letra sequencial do alfabeto hebraico. Isso não é um acidente. É a forma de Davi de nos dizer que o louvor a Deus deve ser de A a Z, completo, total, com toda a nossa mente e com toda a linguagem à nossa disposição. Hoje, descobriremos as razões incontestáveis pelas quais nosso Deus é digno de tal louvor.
Transição: O salmo pode ser dividido em três movimentos principais que respondem à pergunta: Por que louvar a Deus?
I. Primeiro Movimento: Louvamos pela Grandeza Incomparável de Deus (v. 1-6)
"Eu te exaltarei, ó Deus, meu Rei, e bendirei o teu nome para todo o sempre... Falarei da gloriosa majestade do teu esplendor, e das tuas maravilhas." (v. 1, 5)
Nestes versículos iniciais, Davi estabelece um compromisso pessoal e comunitário com o louvor.
· v. 1-2: O Compromisso com o Louvor. A palavra "exaltarei" ( rum ) significa erguer, colocar em um lugar alto. "Bendirei" ( barak ) significa ajoelhar-se em adoração, conceder honra. Davi não está apenas cantando; ele está erguendo Deus ao Seu lugar próprio de supremacia e se curvando em reconhecimento de Sua autoridade. Note a duração: "para todo o sempre" e "todos os dias". O louvor não é para momentos bons; é para a vida toda.
· v. 3-6: A Razão para o Louvor: Sua Grandeza. A grandeza de Deus é...
· Incomensurável (v. 3): "A sua grandeza não se pode apreciar". Nenhuma linguagem humana, nenhum conceito mental pode conter ou esgotar a grandeza de Deus. Ela é infinita.
· Transgeracional (v. 4): "Uma geração louvará as tuas obras à outra geração". A grandeza de Deus não é um segredo; é a herança mais preciosa que uma geração passa à seguinte—na família, na igreja.
· Assombrosa (v. 5-6): "Falarei... das tuas maravilhas". A grandeza de Deus não é apenas teórica; ela se manifesta em atos poderosos (suas obras) e em feitos tremendos (tuas proezas). A criação, o êxodo, a encarnação, a ressurreição—são todos testemunhos de Sua grandeza.
Transição: Mas e se Deus fosse apenas grande? E se fosse um tirano poderoso, mas distante e indiferente? Nosso louvor seria motivado pelo medo, não pelo amor. O salmo, porém, avança para uma verdade ainda mais profunda.
II. Segundo Movimento: Louvamos pela Bondade Inesgotável de Deus (v. 7-16)
Este é o coração do salmo. A grandeza de Deus não O afasta de nós; é a plataforma de onde Sua bondade é manifesta.
· v. 7-9: O Caráter Bondoso de Deus. A comunidade proclama a "memória da tua grande bondade". E qual é a natureza dessa bondade?
· Ele é Gracioso e Compassivo (v. 8): Esta é uma citação quase direta de Êxodo 34:6, a auto-revelação fundamental de Deus a Moisés. "Cheio de graça" ( hanun )—Ele inclina-Se para dar favor aos que não merecem. "Compassivo" ( rahum )—Sua compaixão é visceral, como o amor de uma mãe por seu bebê.
· Ele é Paciente e Amoroso (v. 8): "Longânimo" (lento para a ira) e "e grande em benignidade" ( hesed —amor leal, misericordioso, pactuado).
· Ele é Bom para Todos (v. 9): Sua bondade não é exclusiva; é derramada sobre toda a criação. A chuva cai sobre justos e injustos.
· v. 10-13a: A Resposta da Criação e dos Santos. Toda a criação ("as tuas obras") e o povo da aliança ("os teus fiéis") respondem a essa bondade. Eles falam do teu reino, do teu poder... "para que os filhos dos homens conheçam os teus poderosos feitos e o esplendor glorioso do teu reino". O propósito da bondade de Deus é a revelação. Ele é bom para que Seu caráter seja conhecido.
· v. 13b-16: A Expressão Prática da Bondade de Deus. O salmista detalha como essa bondade se manifesta:
· Ele é Fiel em Suas Promessas (v. 13b): "O SENHOR é fiel em todas as suas promessas". Sua palavra é confiável.
· Ele é um Sustentador (v. 14): "Sustenta o SENHOR a todos os que caem". Ele não apenas salva, mas sustenta os fracos e os abatidos.
· Ele é um Provedor (v. 15-16): "Os olhos de todos esperam em ti... abres a mão e satisfazes o desejo de every living thing." Esta é uma imagem de um Deus generoso, cuja mão está sempre aberta para dar, não fechada para guardar.
Transição: Grandeza e Bondade. Poder e Amor. Majestade e Misericórdia. Essas não são qualidades contraditórias em Deus; são perfeitamente harmonizadas. E isso nos leva à nossa resposta.
III. Terceiro Movimento: Nossa Resposta ao Caráter de Deus (v. 17-21)
Conhecendo quem Deus é, nossa resposta não pode ser passiva.
· v. 17-20: O Convite à Dependência Pessoal. A verdade sobre Deus torna-se um convite à intimidade.
· Ele é Justo e Próximo (v. 17-18): "O SENHOR é justo... está perto". Sua santidade não O afasta; através de Cristo, ela nos atrai. Ele ouve o clamor e o chamo do coração.
· Ele Salva os que O Temem (v. 19): "Cumprirá o desejo dos que o temem; ouvirá o seu clamor e os salvará." O "temor" aqui é aquele amor reverente que confia e se submete à Sua vontade.
· v. 21: A Conclusão: Louvor Universal. O salmo termina como começou, mas com um alcance ampliado. Começou com o "eu" (v. 1), passou para "uma geração" (v. 4), depois "todos" (v. 9, 15), e agora termina com "toda a carne".
· "Os meus lábios..." - Resposta pessoal.
· "Bendiga toda a carne..." - Visão universal.
· O louvor é o destino final de toda a criação.
Conclusão e Aplicação:
O Salmo 145 não é um poema bonito para ser lido e guardado. É um chamado à ação. É um convite para entrarmos nesse coro eterno. Como responderemos hoje?
1. Comunhão Pessoal (A a Z): Se o louvor deve ser completo, como está a sua vida de adoração? É apenas aos domingos ou é "todos os dias" (v. 2)? Comprometa-se a exaltar e bendizer a Deus diariamente, em oração, leitura da Bíblia e gratidão.
2. Testemunho Intergeracional (v. 4): Você está passando adiante a história da grandeza e bondade de Deus? Conte aos seus filhos, aos novos crentes, aos seus amigos. Seja um elo na corrente que louva de geração em geração.
3. Confiança na Crise (v. 14, 18-19): Você está caído? Clamando? O Deus que é grande o suficiente para governar o universo é bondoso o suficiente para se inclinar e te sustentar. Sua mão está aberta para você hoje. Clame a Ele com confiança.
4. Adoração Corporativa (v. 21): Não negligencie se reunir com o povo de Deus. Juntos, como "toda a carne", somos chamados a bendizer Seu santo nome para sempre. Nossa adoração coletiva é um antegosto do louvor celestial.
O Salmo 145 nos mostra que o Deus que comandou as estrelas em suas órbitas é o mesmo que se inclina para ouvir o seu sussurro. Ele é o Rei Majestoso e o Pai Compassivo. Esse Deus é digno de todo o nosso louvor.
Oração Final:
Senhor, nos humilhamos diante de Ti. Perdoa-nos por nossas adorações pequenas e mesquinhas, que focam mais em nossos sentimentos do que no Teu caráter. Abre os nossos olhos para ver a Tua grandeza em toda a criação e a Tua bondade em cada dádiva boa. Preenche as nossas bocas com o Teu louvor e os nossos corações com uma confiança profunda no Teu caráter. Que a partir de hoje, nos juntemos ao coro que canta: "Grande é o SENHOR e mui digno de louvor!" Em nome de Jesus, amém.
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