Sermão Expositivo: Aquele que Intervém na Nossa Maior Dor

Sermão Expositivo: Aquele que Intervém na Nossa Maior Dor

Texto Base: Lucas 7:11-17 

Título:Quando Jesus Passa pelo Seu Caminho Gancho: Jesus passa, faz milagres, e os milagres serão ouvidos por toda a circunvizinhança.

Introdução:

Quantas vezes estamos caminhando em direção ao nosso maior desespero? 

A vida segue seu curso normal, até que, de repente, nos vemos diante de uma situação sem saída. 

A morte, em suas diversas formas, parece ter a palavra final: a morte de um sonho, a morte de um relacionamento, a morte de uma esperança, a morte física de alguém que amamos.

O texto que lemos hoje nos apresenta duas multidões.

A primeira, liderada por Jesus, é uma multidão de vida, de esperança, de futuro. 

A segunda, saindo da cidade de Naim, é uma multidão de morte, de luto, de despedida. Elas se encontram no portão da cidade.

E é nesse lugar de encontro entre a esperança e o desespero que Jesus passa. 

E quando Jesus passa, tudo muda.


1. O Cenário da Maior Desesperança (vs. 11-12)

Jesus se dirige a Naim, que significa "agradável" ou "delícia". Mas a cena que Ele encontra é tudo, menos agradável.

· A Perda Inquestionável: 

Um jovem, o único filho de uma mulher que já era viúva. 
Naquela cultura, isso significava a perda não apenas de um ente querido, mas de toda a segurança social e econômica. 
Era a devastação completa. 
Não havia perspectiva, não havia plano B.

· A Finitude da Morte: 

O cortejo já estava a caminho. 
O corpo já estava sendo levado para o seu lugar final. 
Não havia mais o que fazer. 
Nesse ponto, há uma concordância geral: - A ciência, a religião, a comunidade, a audiência, todos haviam aceitado o veredito final: era o fim.

Aplicação: 

Talvez você hoje se identifique com essa mulher. 

Você está a caminho do sepultamento de um sonho, de um casamento, de uma saúde, de uma vocação. 

Tudo parece definitivo. 

Lhe parece que até Deus esqueceu de você.

Nesse ponto, o silêncio de Deus é ensurdecedor, e a porta parece estar fechada para sempre. 

A multidão do choro já tomou conta do seu coração.


2. A Compaixão que Toma a Iniciativa (vs. 13)

Jesus não é solicitado. 

Ninguém Lhe pede nada. 

Não há um centurião suplicando pelo seu servo, ou amigos baixando um paralítico pelo telhado. 

A iniciativa é 100% d'Ele.

· "O Senhor a viu...":

 Jesus viu. Sua compaixão não é uma emoção distante; é um verbo ativo. Ele enxerga a profundidade da sua dor.

· "Compadeceu-se dela": 

A palavra no original (σπλαγχνίζομαι - splagchnizomai) significa uma comoção que vem das entranhas, uma profunda misericórdia visceral. Jesus não apenas sente pena; Ele se identifica com a nossa dor.

· "E lhe disse: Não chores": Esta não é uma repreensão vazia. Não é o "não chore" de um amigo que não sabe o que dizer. É a declaração de autoridade d'Aquele que está prestes a invadir o território da morte e mudar a situação. É uma ordem fundamentada no poder.

Aplicação: 

Você acha que Deus não vê a sua dor? Ele vê. 

Você acha que precisa convencê-Lo a agir? 

A Sua compaixão já O move em sua direção, mesmo antes do seu grito. 

Ele é o Deus que toma a iniciativa. 

O seu choro chegou aos ouvidos d'Ele.


3. O Poder que Invade o Impossível (vs. 14-15)

Jesus não faz um discurso. Ele não organiza uma campanha de oração. Ele age com soberania sobre a causa-raiz de todo o sofrimento humano: a morte.

· Ele Toca o Inatingível: 

Tocar um cadáver, segundo a lei judaica, tornava alguém ritualmente impuro. 

Mas Jesus não é contaminado pela morte; é a vida d'Ele que contamina e reverte a morte. 

A pureza d'Ele é maior e mais poderosa.

· Ele Fala com Autoridade: 

Suas palavras são simples e diretas: "Jovem, eu lhe digo, levante-se!" (vs. 14). Esta é a mesma voz que no princípio disse "Haja luz" e houve luz (Gênesis 1:3). A morte não tem escolha a não ser obedecer ao comando do Autor da Vida.

· O Resultado é Imediato e Completo: 

"O morto se assentou e começou a falar" (vs. 15). A vida volta de forma integral, consciente e ativa. Jesus não devolve um zumbi; devolve um filho, restaurado por completo à sua mãe.

Aplicação: 

Há milagres instantâneos. 

Há promessas que se realizam de imediato. 

Mas há àquelas que não se concretizam imediatamente, entretanto, ainda assim, são promessas de Deus! 

A ressurreição final, a vitória eterna sobre a morte, já foi garantida na cruz e no túmulo vazio. 

A palavra de Jesus para a sua situação morta é a mesma: "Eu lhe digo, levante-se!" 

Podemos confiar nessa promessa, mesmo quando o milagre ainda não se manifestou no tempo.


4. O Resultado que Espalha a Fé (vs. 16-17)

O milagre não é um evento privado. 

Ele cria um impacto que se espalha como ondas num lago.

· Temor e Glória: 

O povo não apenas ficou "feliz"; ficou tomado de temor. 

Eles reconheceram que algo divino, algo muito maior do que um milagre, havia acontecido. 

A reação correta foi glorificar a Deus.

· A Notícia se Espalha: 

"Esta notícia sobre Jesus espalhou-se por toda a Judeia e pelas regiões circunvizinhas.".

O testemunho do poder de Jesus não pode ser contido. 

O que Ele fez em uma pequena cidade ecoou por toda a nação.

Aplicação: 

Quando Jesus intervém em nossa vida, a história não termina conosco. 

Nossa restauração torna-se um testemunho que espalha a fama de Jesus para a nossa "circunvizinhança" - nossa família, nossos amigos, nosso local de trabalho. 

Deus não nos abençoa apenas para nosso benefício, mas para que Sua glória seja manifestada através de nós.


Conclusão:

Duas multidões se encontraram no portão de Naim. 

A multidão da morte e a multidão da vida. E no centro delas, estava Jesus.

Hoje, essas duas multidões ainda se encontram. A multidão do desespero, do luto e da morte insiste em que não há saída. 

Mas Jesus está passando por aqui agora. Ele vê a sua dor. 

Sua compaixão já O move em sua direção.

Ele está dizendo à sua situação de morte: "Eu lhe digo, levante-se!"

A pergunta é: em qual multidão você vai escolher caminhar? Você vai continuar na multidão que caminha para o sepulcro, carregando o que já morreu? Ou você vai se juntar à multidão que segue Jesus, testemunhando e espalhando a notícia de que Ele é o Senhor que vê, que se compadece e que tem o poder de trazer vida onde só havia morte?

O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem ao amanhecer (Salmos 30:5). Porque Jesus passou, o choro deu lugar à alegria. Havia morte. Agora, há vida.

Oração Final:

Senhor Jesus, obrigado por não ser um Deus distante, mas por Te compadeceres das nossas dores. 

Nós Te trazemos hoje as nossas áreas de morte—as situações que parecem sem esperança e sem solução. 

Fala a Tua palavra de vida sobre elas. Ajuda-nos a confiar nas Tuas promessas, mesmo quando não vemos o milagre instantâneo.

Que as nossas vidas se tornem testemunhos que espalham a Tua fama por toda a nossa circunvizinhança. 

Em Teu nome poderoso, amém.

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